Frank Howard Clark

"Um hábito é algo que você pode fazer sem pensar - e é por isso que a maioria de nós temos tantos deles."

Oriente Médio. Iraque. Guerra. Mortes. Armas. E arte. O “Movimento Sadr”, liderado pelo clérigo anti-americano Muqtada al-Sadr, hoje abre mão das armas para empunhar pincéis, em um ato que reflete toda uma nova tendência no grupo de diminuir o terrorismo e a coerção, em busca do debate e da solidariedade. Há necessidade de mudança, uma nova abordagem, uma quebra na rotina de conflitos.

Isso faz parte de um projeto anunciado pelos sadristas em agosto para criar "um exército ideológico, cultural, religioso e social", que seria "totalmente impedido de usar armas", para lutar "contra a onda secular ocidental". Não esperaria tática melhor do que esta vindo de uma região milenar, que influenciou toda a cultura ocidenal, todas as religiões e tão rica culturalmente.

Assim, a primeira exposição de arte sadrista de Bagdá, intitulada "Faróis da Humanidade", coletou 80 trabalhos de arte de 39 artistas iraquianos, (que após anos de guerra, fome e pobreza, estavam praticamente extintos, pois com necessidades básicas tão escassas em seu país, a arte se tornara luxo) e os exibiu durante três dias na véspera de um feriado xiita que comemorava o martírio do neto do profeta Maomé, Imam Hussein. Uma exposição de pinturas e esculturas de arte abstrata, pinturas expressionistas e trabalhos conceituais, recheados de símbolos da história antiga do Iraque e da realidade de hoje.

Lembrando que é hábito nacional criticar os europeus ou norte-americanos quando não sabem nossa capital e duvidam do nosso desenvolvimento tecnológico ou da nossa capacidade. Percamos nosso preconceitos e nossas dúvidas, para reconhecer a maravilhosa cultura islâmica e toda a riqueza cultural, ou material, que o Oriente Médio pode - e deve - criar.

"Não existe ruptura entre os islamistas e os artistas", disse Mazin al-Saedim, o mais novo patrono das artes de Bagdá. "O verdadeiro islã patrocina as artes."

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