O sábado, 11 de fevereiro, foi um dia, digamos, para não ser muito lembrado. A maior parte do tempo eu fiquei de mau humor, mas nem me toquei do fato; o que só fez com que eu me desse conta após dois amigos darem o toque de que eu estava de cara amarrada. Tinha lá meus motivos para a chateação, entretanto eles não vêm ao caso, até mesmo porque o assunto aqui é outro.
O fato é que bastou eu tomar o ônibus de volta para casa, em Copacabana, e no caminho de volta à Barra vir refletindo o que poderia tirar esse meu mau humor. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi o Aikido, arte marcial criada por Morihei Ueshiba (o senhor da foto ao lado), em meados do século XX, da qual eu sou praticante há pelo menos um ano. Conheci o Aikido em 2007, porém entre idas e vindas, somente em 2011 pude ficar de forma permanente e hoje só a morte pode nos separar.
Tudo bem, o caríssimo leitor ou leitora deve se perguntar o que tem a ver uma arte marcial com o meu humor. Eu respondo; tudo. Antes de mais nada, o Aikido é uma das artes marciais mais eficientes que eu já vi, mas vai muito além disso. Seus conceitos teóricos e filosóficos ajudam de tal maneira, que pode mudar a forma como um homem vê o mundo. É o que vem acontecendo comigo.
Hoje aconteceu de novo. Bastou eu me lembrar de que Ai é Harmonia, Ki é Energia e Do é caminho, para minha fisionomia completamente mudar; pude sentir no ato. Após isso me veio à mente as várias palavras de O-Sensei Morihei Ueshiba, palavras sobre o Aikido, a arte da paz. Foi como lavar a alma. Todos os sentimentos de raiva ou ciúme que estavam dentro de mim se dissiparam e foram embora. Voltei a ser como no dia anterior. Pode parecer bobagem, mas credito isso ao Aikido sim.
Para mim, esta arte marcial é isso. Muito além de torções e arremessos. É a melhoria do ser humano de uma forma geral. Entendo que o Aikido é um caminho, doutrina e conjunto de valores morais para que o indivíduo se harmonize, se una com a Energia que tudo permeia. É seguindo tais valores que mudei completamente na tarde deste sábado; seguindo tais valores vou abandonando de vez o medo, ego, intolerância, ansiedade, irritabilidade, intranquilidade, hostilidade, preconceito e indisciplina; sentimentos que tentam me desviar do caminho que estão me tornando um ser humano melhor.
Diferentemente do Bujutsu, o Aikido é um Budo, ou seja, uma arte marcial que tem como objetivo combater os inimigos internos, melhorar o praticante em todos os aspectos da vida, além de ensinar a defesa pessoal. Como toda arte baseada no Do, o Aikido tem seu foco baseado no praticante, não no adversário. O-Sensei costumava dizer que o Aikido é uma arte do bem e do entendimento, visa mostrar ao adversário que de nada adianta procurar o caminho da violência, protegendo-o de sua própria agressividade.
A explicação acima sobre o Aikido é pequena diante do poder que esta arte tem de modificar a vida de uma pessoa, seja no plano terreno ou espiritual. O Aikido vai muito além de um dojô. A teoria, o estudo filosófico, encanta e seduz. Não quero dizer aqui que o Aikido é um consolador para o mundo. Também não quero dizer que não é. O que afirmo, com todas as letras e sem prepotência alguma, é que o Aikido é sim uma das saídas para o homem evoluir como espírito e ser humano.
Faço apenas um último alerta: aquele que treinar buscando vitórias sobre outras pessoas jamais estará treinando Aikido, estará treinando apenas técnicas de arremesso e imobilização.
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Frank Howard Clark
"Um hábito é algo que você pode fazer sem pensar - e é por isso que a maioria de nós temos tantos deles."
Alguns poetas gostam de dizer que na vida não se vive sem um grande amor. Não concordo muito com essa máxima. Pode-se viver sim sem um grande amor, desde que você esteja cercado de grandes amigos, aqueles verdadeiros, que estarão ao seu lado em qualquer momento. Seja para repreendê-lo quando você faz algo errado; ou então para sorrir ao seu lado nos bons momentos.
Tenho visto muita besteira por aí, seja em jornais, televisão ou portais de Internet. Parece que o bom jornalismo, aquele jornalismo sério, descompromissado apenas com seus interesses lucrativos, que queria informar e gerar credibilidade ao público, está acabando aos poucos.
Luís Carlos Sarmento é um daqueles homens raros que existiu no jornalismo. Com uma brilhante capacidade de escrita e uma criatividade extraordinária, Sarmento marcou época e deixou saudades de um jornalismo que hoje parece não existir.
As deste ano serviram para ser o grande teste de paciência do fim de 2010. Serviram também para responder as mesmas perguntas do fim de 2009.
Desde a sua inauguração, no ano de 1965, a Rede Globo de Televisão se mostrou cada vez mais presente e influente no Brasil; principalmente no que diz respeito aos processos políticos pelos quais o país passou nas últimas décadas. Maior emissora brasileira, contando ao todo com 122 emissoras, entre próprias e afiliadas, vejo a Globo como o grande mal dos meios de comunicação nacionais.