Frank Howard Clark

"Um hábito é algo que você pode fazer sem pensar - e é por isso que a maioria de nós temos tantos deles."

Agosto e setembro são dois meses para serem esquecidos na política nacional. Faltando poucas semanas para o início das eleições, é assustador que denúncias de corrupção ainda tomem as páginas dos jornais.


No governo Federal, os casos de quebra de sigilo fiscal e tráfico de influência na Casa Civil, que já derrubou alguns nomes, como o da ministra Erenice Guerra, devem ser investigados da forma mais imparcial possível. Será que isto vai acontecer?

Pessoalmente, não acredito que comitê de campanha de Dilma Roussef cometeria o crime de fiscalizar pessoas ligadas ao adversário José Serra (PSDB-SP). Seria suicídio. Fosse algo para usar em campanha, creio que o próprio Serra deveria ter o sigilo quebrado. Veja bem, não estou dizendo que deveriam quebrar o sigilo fiscal do tucano, mas em um eventual crime do tipo, seria mais viável quebrar o dele e não o de sua filha.

Quanto ao tráfico de influência na Casa Civil, as coisas estão meio nebulosas. As recentes demissões no ministério, a saída de Erenice e a demissão do presidente dos Correios, mostra que embaixo deste angú tem muito caroço. Basta ser investigado, e de forma séria, que a verdade virá a tona. Apenas não creio que as investigações terão um resultado imediato devido ao processo eleitoral.

Outro crime escabroso, que parece que não vai dar em nada também, vem do Rio Grande do Sul e sua governadora, Yeda Crusius (PSDB-RS).

No Palácio do Piratini, foi descoberta uma rede de espionagem, onde a atual governadora estaria de olho em adversários políticos e aliados, que não pareciam ser tão aliados assim. Descobrindo "podres" dos mesmos, a candidata a reeleição usaria como forma de chantagem para conseguir um possível apoio.

Ainda no Piratini, outro crime é a extorsão feita a donos de bingos e máquina de caça-níqueis, por parte de pessoas do gabinete da governadora. Vale lembrar que os dois tipos de jogos são proibidos no país. A situação de Yeda pode ficar ainda mais complicada, pois um ex-servidor da Secretária Pública Estadual, Adão Paiani, que é ligado ao DEM-RS, aliado do PSDB, está servindo de testemunha contra o atual governo gaúcho. Em depoimento para a Polícia Federal, Paiani admitiu que a candidata dos tucanos sabia de todo esquema, e pasmém, também participava das falcatruas e extorsões.

E tem mais. Paiani afirma que nos governos anteriores o esquema era o mesmo e em vez de fazer algo para acabar com a roubalheira, Yeda Crusius fazia o contrário, ou seja, demitia as pessoas que queriam interromper as extorsões e espionagem em seu gabinete.

Painel violador, quebra de sigilo de correntistas por parte da filha de José Serra, farra das privatizações de Daniel Dantas no governo FHC, mensalões, sanguessugas, aloprados, quebra de sigilo fiscal, tráfico de influência...nunca a política nacional esteve tão suja quanto atualmente.

Ainda acredito em Lula, ainda acredito nas investigações da Polícia Federal e Ministério Público, mas o povo não pode ficar parado, olhando de braços cruzados, sem cobrar uma definição dos casos.

Mais uma vez, ao abrir os jornais nesta segunda-feira, 20, a população fluminense fica estarrecida com mais um crime cometido pela nossa mal treinada Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.


A morte do jovem Julio César, em um bairro da Zona Norte carioca, mostra bem como é a política da PM no atual governo do candidato a reeleição ao Estado do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A política de atirar e depois perguntar.

O pretexto da polícia para a morte do jovem foi a de que Julio César iria fazer um "bonde", prática usada por bandidos para assaltar motoristas nos bairros do Rio. O que a polícia não sabia era sobre a rotina do jovem, morto de forma injusta.

Julio Cesar saía de casa toda noite, pois tinha de trabalhar todo dia, às 23 horas, em uma famosa rede fast-food, localizada no bairro de Copacabana, para ganhar míseros R$ 532,50. Do emprego, o primeiro da sua vida, o rapaz voltava para casa a fim de descansar, pois às 14 horas ia para o curso de gastronomia, ministrado por uma ONG. Às 18 horas, era a vez de estudar em um colégio da rede pública de ensino, onde cursava o 5º ano e de onde saía às 22 horas, para retomar a rotina do dia que passou.

Mais uma vida inocente é perdida pela falta de preparo desta nossa corrupta polícia. Hoje não sabemos mais quem é o bandido e quem é a polícia. Sei que não devemos culpar toda uma classe devido ao erro de alguns, mas os últimos acontecimentos leva a crer que a banda boa da PMERJ deve estar em algum lugar, que ninguém sabe onde. Cada vez mais tenho nojo em pensar que existe alguém que defenda a falida segurança pública fluminense. Tenho nojo de ligar a TV e ver apresentadores que louvam tanto o trabalho destes que continuam matando inocentes, pelo simples fato de achar que são bandidos. Porque defender uma instituição que a cada dia mostra despraro, falta de honestidade e fraqueza em garantir a segurança pública?

Vendo notícias como esta, defendo cada vez mais uma reforma na PM e um aumento para os policiais, com o objetivo de diminuir a corrupção, pois com um bom salário, o preço para corromper alguém também sobe, e não são todos que podem pagar um preço alto.

Inocentes não podem mais pagar pela incompetência do Estado.

Neymar passou dos limites. Extrapolou e gerou revolta da própria torcida.

A cena bizarra que ele protagonizou na partida contra o Atlético Goianiense na última quarta-feira, dia 15, gerou revolta até mesmo em seus companheiros de time.

O atacante se rebelou ao ter sido proibido de bater um pênalti, sendo que ele já tinha sido avisado pelo treinador Dorival Junior que não era mais o batedor oficial devido aos últimos insucessos.

Aí pronto. Se rebelou e começou o seu show particular. Ignorou a cobrança de pênalti de Marcel, não comemorou o gol com os companheiros, passou a driblar para si, sem passar a bola para ninguém. O ato gerou revolta no técnico santista que chamou a atenção de Neymar, que rebateu com palavrões. No vestiário, informações vindas de São Paulo afirmam que a briga continuou e de forma mais ríspida. Deve ter pensadans que o Santos lhe deve algo por não ter aceitado a proposta do Chelsea e se esqueceu que o maior atleta do século, que jogou no clube e é o maior ídolo da história do alvinegro, nunca tomou atitudes como a sua. Se achou acima de tudo e todos. Acima do Santos.

Neymar é craque. Sem dúvida, mas não é a primeira vez que apronta. Já chegou atrasado em treino por ter ido para balada, desrespeitou colegas de trabalho após dribles desnecessários quando o jogo estava parado e ainda humilhou outros colegas ao dizer que ganhava mais que eles. Falta humildade, maturidade e educação. A diretoria do alvinegro praiano e seu treinador tem culpa no cartório ao defenderem o atleta nos erros anteriores. Até a mídia é culpada por achar graça nas peripécias sem sentido do jovem.

Comentaristas sem critério, que aplaudiam o atleta nas besteiras de menor escala, hoje criticam e o tratam como um projeto de mau caráter. Até o técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, deu um puxão de orelha no jogador.

O atacante do Santos, sempre protegido pelo pai, levou uma bronca da mãe e parece ter caído na real. Espero que sim, porque um talento como este não pode se perder no meio da própria vaidade. Tudo bem, ele tem 18 anos; mas ele tem que entender que é uma estrela, é famoso e ídolo de crianças. Caso não mude o pensamento e a maneira de agir, pode acabar como outros atletas que se perderam no meio do caminho e se deslumbraram com a fama e o dinheiro. Um atleta do tamanho precisa dar o exemplo. Precisa "humilhar" em prol do gol, com a bola em jogo, dando show com o talento que lhe foi concedido, com dribles e etc.

Fico com a frase do técnico do Atlético Goianiense, Renê Simões: "Estamos criando um monstro no futebol brasileiro".

Tomara que algum dia eu mude de opinião.