Frank Howard Clark

"Um hábito é algo que você pode fazer sem pensar - e é por isso que a maioria de nós temos tantos deles."

O sábado, 11 de fevereiro, foi um dia, digamos, para não ser muito lembrado. A maior parte do tempo eu fiquei de mau humor, mas nem me toquei do fato; o que só fez com que eu me desse conta após dois amigos darem o toque de que eu estava de cara amarrada. Tinha lá meus motivos para a chateação, entretanto eles não vêm ao caso, até mesmo porque o assunto aqui é outro.

O fato é que bastou eu tomar o ônibus de volta para casa, em Copacabana, e no caminho de volta à Barra vir refletindo o que poderia tirar esse meu mau humor. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi o Aikido, arte marcial criada por Morihei Ueshiba (o senhor da foto ao lado), em meados do século XX, da qual eu sou praticante há pelo menos um ano. Conheci o Aikido em 2007, porém entre idas e vindas, somente em 2011 pude ficar de forma permanente e hoje só a morte pode nos separar.

Tudo bem, o caríssimo leitor ou leitora deve se perguntar o que tem a ver uma arte marcial com o meu humor. Eu respondo; tudo. Antes de mais nada, o Aikido é uma das artes marciais mais eficientes que eu já vi, mas vai muito além disso. Seus conceitos teóricos e filosóficos ajudam de tal maneira, que pode mudar a forma como um homem vê o mundo. É o que vem acontecendo comigo.

Hoje aconteceu de novo. Bastou eu me lembrar de que Ai é Harmonia, Ki é Energia e Do é caminho, para minha fisionomia completamente mudar; pude sentir no ato. Após isso me veio à mente as várias palavras de O-Sensei Morihei Ueshiba, palavras sobre o Aikido, a arte da paz. Foi como lavar a alma. Todos os sentimentos de raiva ou ciúme que estavam dentro de mim se dissiparam e foram embora. Voltei a ser como no dia anterior. Pode parecer bobagem, mas credito isso ao Aikido sim.

Para mim, esta arte marcial é isso. Muito além de torções e arremessos. É a melhoria do ser humano de uma forma geral. Entendo que o Aikido é um caminho, doutrina e conjunto de valores morais para que o indivíduo se harmonize, se una com a Energia que tudo permeia. É seguindo tais valores que mudei completamente na tarde deste sábado; seguindo tais valores vou abandonando de vez o medo, ego, intolerância, ansiedade, irritabilidade, intranquilidade, hostilidade, preconceito e indisciplina; sentimentos que tentam me desviar do caminho que estão me tornando um ser humano melhor.

Diferentemente do Bujutsu, o Aikido é um Budo, ou seja, uma arte marcial que tem como objetivo combater os inimigos internos, melhorar o praticante em todos os aspectos da vida, além de ensinar a defesa pessoal. Como toda arte baseada no Do, o Aikido tem seu foco baseado no praticante, não no adversário. O-Sensei costumava dizer que o Aikido é uma arte do bem e do entendimento, visa mostrar ao adversário que de nada adianta procurar o caminho da violência, protegendo-o de sua própria agressividade.

A explicação acima sobre o Aikido é pequena diante do poder que esta arte tem de modificar a vida de uma pessoa, seja no plano terreno ou espiritual. O Aikido vai muito além de um dojô. A teoria, o estudo filosófico, encanta e seduz. Não quero dizer aqui que o Aikido é um consolador para o mundo. Também não quero dizer que não é. O que afirmo, com todas as letras e sem prepotência alguma, é que o Aikido é sim uma das saídas para o homem evoluir como espírito e ser humano.

Faço apenas um último alerta: aquele que treinar buscando vitórias sobre outras pessoas jamais estará treinando Aikido, estará treinando apenas técnicas de arremesso e imobilização.

Alguns poetas gostam de dizer que na vida não se vive sem um grande amor. Não concordo muito com essa máxima. Pode-se viver sim sem um grande amor, desde que você esteja cercado de grandes amigos, aqueles verdadeiros, que estarão ao seu lado em qualquer momento. Seja para repreendê-lo quando você faz algo errado; ou então para sorrir ao seu lado nos bons momentos.


A palavra amizade vem do latim amicitate e alguns estudiosos afirmam que ela derivou da palavra amore (amor). Qualquer dicionário nos diz que a palavra amizade é um ''sentimento de quem é amigo; afeição recíproca entre duas pessoas''. Logo, não é preciso pensar muito para chegar à conclusão de que a palavra amigo também veio do latim, de amicu, e segundo o dicionário quer dizer um ''homem ligado a outra pessoa por amizade ou afeição''.

Respeito os estudiosos e eruditos, mas concordo em partes. A amizade é muito mais do que pobres definições de dicionário; isso em qualquer língua. Eu, por exemplo, não tenho do que reclamar do meu ciclo de amizades, hoje não muito extenso, mas a quantidade é o que menos importa para mim. O que importa é qual o grau de amizade há entre dois seres.

À vida, eu só tenho a agradecer. Além do meu irmão de sangue, ganhei mais quatro irmãos durante meus 23 anos: Gustavo Bastos, Patrícia Motta, Rafael Albuquerque e Robson Mothé. Essas pessoas chegaram na minha vida aos poucos, a Patrícia, por exemplo, ao ''acaso'', e acabaram se tornando mais do que especiais por estarem no momento certo e na hora certa.

Posso não ter um vasto campo de amigos, mas os que sempre vou guardar no coração são aqueles verdadeiros, os quais também posso citar Bernardo Dittz, Bruno Antonucci, Camila Pires, Carlos Brito, Daniel Vianna, Fernanda Mello, Juarez Martins, Pedro Duarte, Rayssa Pascoal, Renan Bernardes, Thays Pascoal e Tiago Lamarão. O carinho que eu sinto por estas pessoas e o sentimento de amizade são gigantescos. Eles sabem que podem contar comigo; no fundo eu sei que posso contar com eles. São para vida toda no que depender de mim, porque destes, eu gosto de coração e afirmo que coloco sim a minha mão no fogo.

Amigos novos, e não menos importantes, também são bem-vindos. E olha que esse ano de 2011 tem sido generoso comigo no quesito novas amizades. Ganhei pessoas que na hora passaram a ser importantes, como Cíntia Damasceno, Cristian Pinheiro, Gabriel Cabral, Juliane Lopes, Letícia Saga e Raffaele Grisolia. Destes eu gostei de cara também, tal como todos os outros e, caso me permitam, também quero levá-los comigo a vida inteira, pois, de uma maneira ou de outra, conseguiram ganhar minha amizade, carinho e confiança. Hoje, estas pessoas são tão importantes para mim como as que já foram citadas neste humilde texto.

Como não poderia deixar de ser, também temos decepções em nossos ciclos de amizade. Eu já tive muitas, mas uma, em especial ainda me marca. Não vou citar o nome, até porque o objetivo do texto é declarar o amor que sinto por novos e velhos amigos, e não expor A, B ou C por um lado negativo. Espero, sinceramente, poder um dia voltar a velha amizade que tínhamos; porém, se não for possível, vou respeitar e entender que você tem seus motivos.

Se esqueci de citar alguém, peço perdão. Foi um post criado de improviso, meio que por inspiração e na hora. Estava dormindo e de repente acordei com o texto praticamente pronto na cabeça, difícil explicar; só sei que tinha que escrever. Se alguém foi esquecido, espero que não fique chateado.

Ah e se alguém pensar que pareço estar meio depressivo, está enganado, muitíssimo enganado. Muito pelo contrário, estou feliz pra caramba. Eu apenas aprendi que na vida "quem não tem gratidão, não tem caráter"; e eu sou grato por poder contar com a amizade de todas as pessoas citadas e até a de quem eu guardo uma ponta de decepção. Enfim, eu amo os meus amigos.

Como diz um antigo ditado: "Aos amigos, tudo! Aos inimigos, a lei"; porém como não tenho inimigos tomo a liberdade de dizer a vocês que: "Aos amigos, tudo!"

***A foto colocada é do filme Antes de Partir, com Morgan Freeman e Jack Nicholson. Retrata bem o espírito de amizade entre duas pessoas, por isso ela foi escolhida.

Tenho visto muita besteira por aí, seja em jornais, televisão ou portais de Internet. Parece que o bom jornalismo, aquele jornalismo sério, descompromissado apenas com seus interesses lucrativos, que queria informar e gerar credibilidade ao público, está acabando aos poucos.


Poucos são veículos que ainda são imparciais, que sabem fazer um bom jornalismo e que sabem trabalhar e usar o jornalismo. Essa coisa de liberdade de imprensa, por exemplo; isso não existe. O que temos hoje é uma liberdade de empresa, onde o coitado do jornalista é obrigado a dizer e fazer aquilo que o dono do jornal quer; até porque o mesmo só pensa em si e no bolso. O jornalismo atual vem perdendo a credibilidade, a honestidade e sua principal função: a de servir como um elo de informação ao povo.

Antes da receita, vamos ao básico e explicar o que é jornalismo. Jornalismo é a atitude de divulgar informações voltadas para o público de forma mediada, periódica e organizada. O jornalismo tem a missão de vigiar e controlar a ação do Estado; de informar tudo aquilo que o povo, de um modo geral, queira saber, sem esconder nada; tudo feito de forma independente, séria e honesta.

Depois de uma breve e simples explicação, agora vamos ao que é jornalista: o que define o jornalista, nós sabemos, é a independência que ele guarda em relação ao poder do Estado e ao poder econômico. Jornalistas são pagos para perguntar o que a sociedade tem o direito de saber. O objetivo de todo jornalista é divulgar aquilo que é de interesse público.

Sou jornalista, formado há pouco tempo, cerca de oito; mas não estou nada satisfeito com a podridão da área. Existe um ego inflado em 90% dos jornalistas, mais interessados em ver suas matérias, do que fazer algo relevante, que informe ao seu público. Donos de veículos de comunicação nem querem saber de público ou povo, mas só de quanto vai para o seu bolso no final do mês e se poderá curtir aquela praia no final de semana.

Sim, caríssimo leitor; sim caríssima leitora, estou completamente desiludido com o jornalismo e se pudesse voltava no tempo; porém, como disse Maquiavel, " mais vale fazer e se arrepender do que não fazer e se arrepender.

"Pois é, as coisas mudaram de novo para o meu lado. Me sinto assim como alguém que se apaixonou, casou, mas depois de algum tempo percebeu que a cara-metade não era exatamente como você esperava e as coisas não iam dar certo. Vivendo e aprendendo. Afinal, aprender é a única coisa de que a gente nunca deve se arrepender. Por isso, nossos equívocos e erros são importantes: para nos ensinar."

Agora vamos à receita de como criar um bom veículo de comunicação.

Ingredientes:

1 Dono que queira investir na empresa e ajude seus empregados, honre com suas palavras e deveres e que no mínimo saiba escrever;

1 Diretor de jornalismo que conheça a área; principalmente se for específico a uma editoria, como esporte, economia, cidade e etc;

1 Coordenador que saiba o que é jornalismo, sua principal função e que saiba liderar uma equipe, que seja o capitão do time; aquele que briga e cobra a diretoria quando tudo está errado;

+/- 50 jornalistas sérios, honestos, éticos, que tenham moral e que sejam profissionais. Jornalistas que têm o mínimo desapego por sua vaidade, mas sim um amor pelo que faz; que, como explicado, é informar ao povo de forma correta e imparcial;

+/- 10 estagiários que tenham a mínima vontade de aprender um jornalismo sério e honesto;

1 pitada de profissionalismo; até porque não faz mal a ninguém;

2 colheres de sopa de seriedade;

2 colheres de sopa de ética;

Imparcialidade você pode colocar a seu gosto;

Um ingrediente especial é a liberdade que o jornalista tem que ter para trabalhar. Ninguém deve se intrometer no seu trabalho. A NÃO SER QUE ELE QUEIRA. Existem jornalistas que gostam de sugestões e opiniões. Não os julgo; cada um com o seu cada qual.

Obs: Dependendo de qual mídia for; talvez precise de um diagramador, de um designer e programador; cinegrafistas e etc...

Modo de preparo:

O dono do veículo de informação adota a linha editorial de sua empresa. Com o investimento que ele vai fazer dentro da mesma, dará todo o suporte necessário para seus profissionais, sendo a principal delas a estrutura que ele oferece para que o bom jornalismo seja realizado.

Depois, o dono do veículo passa a linha editorial para seu diretor de jornalismo, que vai criar o principal: um modelo de escrita e o manual de redação. O diretor de jornalismo, com plenos poderes é claro, será o responsável por montar sua equipe de trabalho, sem favorecimentos a amigos, mas sempre pensando no bom profissional.

Após as definições, o diretor passa tudo para coordenador de jornalismo, que com seu poder de liderança, imposto pelo respeito e não pela força, passa tudo e comanda aos jornalistas do veículo. Cabe ao coordenador, como bem diz o nome, coordenar uma equipe de trabalho seguindo os padrões de jornalismo da casa (quando a empresa tiver um, é claro).

Aos jornalistas e estagiários, cabe a seguir a ordem e a hierarquia. Mas é claro, sempre com liberdade para trabalhar e ouvir quem quiser. NINGUÉM TEM O DIREITO DE QUERER MEXER NO TRABALHO DE UM JORNALISTA. Ele tem de ser livre para trabalhar da forma que quiser, dentro daquilo que foi passado em reunião de pauta. Jornalista não tem que ficar escondendo dos demais integrantes o que está fazendo.

Você, dono de um veículo de comunicação, jornalista de jornalismo e que tais; adote esta receita. É uma receita adotada por 90% dos que fizeram sucesso na área. Porém, caso queira ficar nos 10% que faz tudo errado, sabe que está errado, entretanto continua errando; aí já é um outro caso, que pode até passar pela burrice.

CUIDADO: Para essa receita dar certo de verdade, eu recomendo outra vez pitadas de liberdade sem medida, ingrediente que parece farto e fácil, mas que muitas vezes é substituído por genéricos que no fim vão dar é muita dor de cabeça, senão coisa pior.

ps: Um conselho para quem pensa em fazer ou está começando no jornalismo - "1) Abandonar imediatamente a profissão e escolher outra. 2) Se não for possível isso, procurar se estabelecer por conta própria na internet, com patrocínio próprio que não interfira na sua independência. 3) Se isso também não foi possível, procurar manter a dignidade profissional e preparar-se para uma vida de sacrifícios."


Dizer que o Uruguai foi campeão da Copa América por acaso só pode ser recalque ou falta de conhecimento sobre o que está falando. O Uruguai não chegou por acaso à final e não conquistou o título, desculpe a repetição, por puro acaso; mas sim por competência. Quanto ao Paraguai, os Deuses do futebol não iriam cometer a injustiça de dar um título à uma equipe que joga de forma feia, para empatar e só consegue vencer nos pênaltis. O Paraguai tem lá seus méritos pelo vice-campeonato, mas seu sucesso na Argentina foi mais pela incompetência de seus adversários do que por suas qualidades.

Em 90 minutos, o Uruguai conseguiu o que a Seleção Brasileira não fez em 120; ou seja, marcar três gols. Sem soberba, o Uruguai sabia de seus limites e tinha jogadores mais comprometidos com o futebol do que com o penteado, como muito dos nossos atletas.

Deixemos o Paraguai de lado, e até mesmo a Seleção da CBF, que cada vez mais afasta o povo. Falemos da Celeste Olímpica, que desperta de um sono profundo, que tal qual a fênix retorna das cinzas, só que desta vez, espero que seja para sempre.

Ah, antes que eu me esqueça, caro leitor; o Uruguai não tem o futebol mais talentoso do mundo e muito menos da América do Sul. Em qualidade técnica está um degrau abaixo de Brasil e Argentina; mas em relação ao peso da camisa, não existe diferença para as outras duas seleções. A camisa uruguaia pesa, chega a jogar sozinha, que o diga o mediano goleiro Muslera na partida contra os argentinos, quando fechou o gol.

O sucesso do Uruguai começou em 2006, quando Oscar Tabárez assumiu o comando da seleção. Naquele 9 de março, ao ouvir as palavras do treinador como seu novo comandante, o torcedor via ali um líder nato, alguém que poderia levar o Uruguai novamente de volta ao caminho dos gigantes do futebol mundial.

Assim que assumiu, Tabárez prometeu que os jogadores voltariam a ter amor pela camisa Celeste e o principal: prometeu aproximar a seleção do torcedor. A inteligência do comandante uruguaio não se restringe aos aspectos táticos e técnicos. O treinador também ficou responsável sob as divisões de base e a ordem era "quem não estuda, não joga". Tabárez vai além de 95% dos treinadores brasileiros. Além de criar um jogador, também transforma homens e seres humanos. Revolucionou o futebol uruguaio em todos sentidos, até mesmo na mentalidade de dirigentes.

Em um país de pouco mais de 3 milhões de habitantes, Oscar Tabárez conseguiu colocar na cabeça dos atletas que eles tinham que jogar por aquele pequeno país, por aquela sofrida população. Mais do que isso, formou um grupo, de qualidade técnica até certo ponto duvidosa, mas de autoconfiança e vontade de vencer acima da média. Quando as três coisas se juntam, somados ao peso da camisa; não há quem segure.

Mas o Uruguai não é só vontade e vigor físico. Ah o Uruguai... país que teve Ladislao Mazurkiewics, um dos maiores goleiros de todos os tempos; que teve jogadores de qualidade acima da média como Hugo de León, capitão no título da Libertadores de 1983, conquistado pelo Grêmio; Uruguai de Darío Pereyra, meia de rara habilidade, que fez sucesso no São Paulo e atuou como quarto zagueiro no final da carreira e de forma não menos brilhante. Ah o Uruguai... Uruguai de Paolo Monteiro, zagueiro que fez sucesso pela Juventus, da Itália, na década de 1990; de Pedro Rocha, mais conhecido como Verdugo, pois aliava a habilidade brasileira com a raça uruguaia. Não podemos esquecer de Ghiggia, autor do gol da maior tragédia do futebol brasileiro, em 1950.

Não caríssimo leitor, o Uruguai não teve só força, vontade e vigor, como pensam alguns. O que falar da qualidade de jogadores como Enzo Francescoli, o "El Príncipe", único uruguaio incluído por Pelé na lista dos 100 maiores de todos os tempos? O que falar de Pablo "El Professor" Bengoechea? De Rubén Sosa? O que falar do Uruguai que, na minha humilde opinião, possui a melhor dupla de atacantes do planeta, formada por Diego Forlán e Luiz Suárez, que aliam técnica e raça?

Agora sim, falando em vigor físico, além da tradicional raça uruguaia, quem contesta defensores como Diego Lugano e Pablo Forlán, pai do atual camisa 10 da seleção? Difícil...

Mas o Uruguai também tem lá seus enganadores como Diogo, Pablo García, Zalayeta, Álvaro Recoba, o goleiro Carini e até Sebástian ''El Loco'' Abreu, que vivem mais da fama do que do futebol, embora não sejam péssimos atletas.

O saldo total é de recuperação da moral de uma das maiores seleções do planeta. Quarto colocado na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010; maior vencedor da Copa América, 15 no total com o título conquistado neste domingo, 24 de julho; classificado para os Jogos Olímpicos de Londres, ano que vem, algo que não acontecia desde 1928; e, apesar da crise financeira que assola os clubes do país, teve o Peñarol como vice-campeão da Copa Libertadores deste ano. Saldo mais do que positivo.

Este é o Uruguai. Primeiro campeão do mundo, em 1930, repetindo a façanha no Brasil, em 1950. Bicampeão mundial olímpico em 1924 e 1928. O Uruguai renasceu, saiu do mundo dos mortos.

Até aceito quando dizem que não há mais bobo no futebol; mas não me venham falar que hoje em dia uma camisa não pesa. A do Uruguai pesa e não é pouco.

Já perguntaram se eu acredito em um novo ''Maracanazo''. Sem ficar em cima do muro eu ainda acho que o gigante não despertou por completo, mas não me surpreenderia caso o episódio se repetisse em 2014; pois torno a dizer: esta camisa Celeste pesa demais.

Foram acordar um gigante. Para fazê-lo dormir novamente vai ser preciso mais do que a técnica. Será preciso ter mais vontade que os uruguaios têm ao vestir a camisa Celeste.

Luís Carlos Sarmento é um daqueles homens raros que existiu no jornalismo. Com uma brilhante capacidade de escrita e uma criatividade extraordinária, Sarmento marcou época e deixou saudades de um jornalismo que hoje parece não existir.


Conhecido com um homem que gostava de ser repórter na área policial e que muitas vezes criava suas histórias, mesmo que não tivesse veracidade, Sarmento passou pelos principais diários da cidade do Rio de Janeiro, como O Correio da Manhã, O Globo e o Jornal do Brasil.

E foi no Jornal do Brasil que uma das suas melhores histórias saiu. Estava Luís Carlos Sarmento num bar, na Cinelândia, Centro do Rio, quando ouviu de um vendedor de pipocas que os pombos do local haviam sumido. Pronto, nascia alí a história perfeito para um repórter perfeito, que não se preocupava com as verdades, mas sim em contar uma boa história.

Um dia após o ocorrido, o Jornal do Brasil passou a vender 800 mil exemplares por dia, ao invés dos 200 mil exemplares. Toda essa tiragem era devido a história de um gavião que comia pombos da Cinelândia. Não contente em criar o gavião, Sarmento ainda deu um ninho para ele, o relógio que ficava na torre da loja Mesbla, na Rua do Passeio.

A história precisava de um final, o editor do JB já pressionava o brilhante repórter por um final, e com contornos teatrais na trama, Sarmento contratou um homem e o caracterizou de caçador africano. O homem caçava o animal em pleno Centro da Cidade, imaginem a cena. Sarmento ainda arrumou um gavião empalhado e o colocou no alto torre.O caçador, ao ver o animal no alto da torre, deu um tiro e o gavião empalhado foi empurrado por um assistente de Sarmento torre abaixo. Outro assistente jogou sangue de galinha no gavião. O caçador e Sarmento foram até o local onde o animal estava, o enrolaram em folha de jornal e tiraram uma foto que virou capa no dia seguinte.

Esta história, de contornos dramáticos, é verdadeira; assim como tantas outras de Luís Carlos Sarmento. Elas estão todas no livro "Luís Carlos Sarmento - Crônicas de uma Cidade Maravilhosa", de José Amaral Argolo e Gabriel Collares Barbosa, da editora e-paper.

Eu recomendo!

As deste ano serviram para ser o grande teste de paciência do fim de 2010. Serviram também para responder as mesmas perguntas do fim de 2009.


A começar pelo Natal, onde vamos combinar, o verdadeiro espírito natalino nunca é celebrado. Quando chega o Natal pensamos sempre em ganhar presente. É verdade, ninguém lembra do verdadeiro espírito natalino. Ah, e se o negócio é ganhar presente poderíamos dar um toque nas vovós né, pois acho que ninguém mais aguenta, todo ano, ganhar cuecas ou meias nesta época. Se é pra brincar de dar presente, vamos brincar direito.

Outra coisa chata no Natal é aquele tiozão que quando chega na tua casa, te olha e solta aquela célebre frase: "Tá grandão hein". Ou então, quando ele resolve realmente te sacanear de vez, ele faz aquela célebre pergunta: "E as namoradas?". Quando ele: "engordou hein", não há nada mais chato e embaraçoso.

Ano Novo então...além de aguentar alguns chatos da família, você tem aguentar as malas que são de fora da família; sem que contar que se você mora em prédio, com uma varanda não muita larga, tem a sensação de estar no Mercado Popular da Saara, no Centro do Rio, em plena época natalina.

O pior do ano novo é quando um desconhecido vem e acaba dormindo na sua casa. Até aí não vejo nada de mal, mas não contente em te tirar da sua cama e te colocar para dormir no sofá, feito marido brigado, escurraçado da cama de casal, a pessoa ainda tem aquela tacada final para te sacanear de vez.

Quando no dia seguinte você abre a geladeira, procura aquela cerveja, a única que você gosta e das 12 garrafas você só encontra uma, você tem uma certeza: foi aquele ser! Neste exato momento você é tomado por uma ira e começa a xingar Deus e o mundo, pois você dorme no sofá, fica com dor no dia seguinte e tem gran finale de encontrar sua geladeira sua cerveja favorita, que tinha sido paga com o próprio bolso. Ah festas de fim de ano...

Brincadeiras a parte, gosto das festas de fim de ano, tanto do Natal como do Ano Novo.

Desejo à todos um feliz 2011...desde que não tomem a minha cerveja!

Desde a sua inauguração, no ano de 1965, a Rede Globo de Televisão se mostrou cada vez mais presente e influente no Brasil; principalmente no que diz respeito aos processos políticos pelos quais o país passou nas últimas décadas. Maior emissora brasileira, contando ao todo com 122 emissoras, entre próprias e afiliadas, vejo a Globo como o grande mal dos meios de comunicação nacionais.


Para mostrar toda a sujeira que está por trás da emissora do Jardim Botânico, podemos começar pelo “escândalo do Proconsult”; famoso caso de tentativa de fraude nas eleições para o governo do Estado do Rio, no ano de 1982. Nestas eleições, a empresa responsável pela contagem dos votos; a Proconsult, de propriedade de antigos oficiais do Exército, havia desenvolvido um programa capaz de subtrair os votos de Leonel Brizola e adicioná-los a Moreira Franco. A Globo entrou no esquema e anunciava hora a hora uma apuração mentirosa dos votos. Soube-se depois, inclusive com depoimento de empregados da emissora, que a maior rede de TV do país, juntamente com o SNI, estava envolvida no caso.

Outro caso a ser lembrado, é o fato de a Rede Globo ter ignorado a campanha das Diretas Já, em 1984. Enquanto várias manifestações eram realizadas em favor de eleições diretas para presidente da República, a emissora mostrava apenas rápidas imagens. O caso mais absurdo ocorreu no dia 25 de janeiro daquele ano, quando aproximadamente 300 mil pessoas realizaram uma manifestação na cidade de São Paulo e o Jornal Nacional reportou apenas se tratar de uma comemoração do aniversário da “Terra da Garoa”. Esta fraude foi confirmada inclusive pelo repórter Ernesto Paglia, autor da matéria que foi ao ar no JN. A Globo só passou a fazer cobertura das Diretas Já quando a pressão popular aumentou de tal maneira que não tinha como ignorar o acontecimento.

O caso mais recente de interferência da TV Globo foi durante as eleições de 1989, quando de forma vergonhosa houve uma edição do debate entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva. A ação de má fé acabou explicitamente favorecendo Collor, que tempos depois sairia do governo por um processo de impeachment.

Muitos escândalos poderiam ser citados, como por exemplo, a difamação contra o ex-ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel. Esta é a verdeira Rede Globo e a sua intimidade com o poder; um câncer que só faz mal à sociedade brasileira.